domingo, 20 de setembro de 2009

EDUCAR, PARA QUE???**

"Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes."Paulo Freire
Com as palavras do mestre surge sempre a pergunta: Que educador sou? Aquele que teoriza lindamente sobre o que lê? Aquele que leva da teoria a prática, ao dia a dia junto aos alunos?
Com o passar dos dias este semestre vejo que muito ainda tenho que fazer para atingir o que almejo como educadora.
Muitas vezes sou um pouco utópica!
Meus alunos do EJA são especiais, pois me proporcionam momentos de reflexão sobre o mundo que está ai, com todas as desigualdades sociais a cada aula.
Acredito estar registrando melhor as impressões de minha prática, articulando com o planejamento que realizo com meus colegas de escola semanalmente.
Um mundo melhor é o que todos sonham, onde o trabalho e a escola seja um direito de todos e não apenas um parágrafo de uma lei bem escrita.
Em minha última aula com os alunos vivenciei junto a eles as experiências que possuem sobre trabalho e geração de trabalho e renda. Conversamos sobre as possibilidades de em uma forma mais cooperativa e solidária um ajudar o outro e assim determinar maneiras de melhor viver. No mundo de trabalho de meus alunos a maioria possui trabalho informal e desconhecem as leis que os amparam. Penso ser um começo, refletir junto com eles para que possam melhorar seus projetos de vida.

A EMOÇÃO DO CONVIVER! *

No decorrer desta semana com a leitura realizada do texto O APRENDER COMO TRANSFORMAÇÃO ESTRUTURAL NA CONVIVÊNCIA, leitura esta realizada para discussão no fórum da Interdisciplina do Seminário Integrador VII, foi muito importante, pois o aprender convivendo e aprendizagem amorosa remeteu-me a lembranças prazerosas que relatei no fórum citado.
Um recorte de minhas palavras no fórum:
“Professora, tutoras colegas:
A emoção do conviver é muito significativa, principalmente entre nós professores e nossos alunos. Quantas vezes escutamos aquele desabafo de nosso aluno, ou ele percebe que hoje estamos mais tristes ou mais felizes. São muitas estas vezes. As frases que trocamos com os alunos e muitas vezes não nos damos conta, podem tocar tão fundo a ponto de mudar a visão deste nosso aluno.
Vou exemplificar: outro dia encontrei uma aluna que tive no EJA no ano passado. Conversa vai, conversa vem esta aluna que já está terminando o ensino fundamental na EJA disse que vai tirar magistério. Eu disse que achava legal e perguntei por que ela decidiu seguir esta meta. (Quando ela foi minha aluna, já com uma idade avançada ela dizia que estava lá para acompanhar melhor a filha na escola, ajudar nas tarefas). Ela disse: É por sua causa professora. Eu nunca esqueço o dia que a senhora falou em aula: “Tenta seguir os teus sonhos e não os de tua filha”.
Com esta conversa vi que uma frase que no momento falei para estimulá-la a terminar os estudos tinha modificado a maneira de pensar dela. Foi muito gratificante a até emocionante. Aprendi com isto que temos que conviver e amar o que estamos fazendo, pois muitas vezes na simplicidade podemos afetar a vida das pessoas, ou para o bem ou até para o mal.Abraços virtuais a todos!” (MARIA PINTO BITELLE , 19/09/2009 21h13min: 20).

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O QUE É PLANEJAR? **

Na Interdisciplina de Didática a atividade que levou-nos a refletir sobre o papel e a importância do planejamento escolar, levou-me a pensar sobre a questão com muita profundidade, pois depois de ler o texto recomendado pela atividade (Planejamento: em busca de caminhos, RODRIGUES, Maria Bernadette Castro) me fez pensar nas questões?
*Será que estou planejando de maneira correta as minhas aulas?
*Que tipo de atividades realmente envolve e são significativas para meus alunos?
No texto a autora relata como eram realizados os planejamentos no início da década de 80 e sua experiência como professora e supervisora. Faz referências aos planejamentos realizados para muitas vezes ficarem arquivados em gavetas. No decorrer da leitura ela coloca o que é planejar e por que.
Em muito pude perceber que hoje não possuo um bom planejamento, com todos os passos sugeridos pela autora citada acima. Minhas atividades são bem elaboradas e anotadas. Nem tudo está ruim, mas logo após a leitura do texto e realização da atividade pedida fiz uma boa olhada em meu diário de classe e estou tentando melhorar esta parte para que com mais registros possa saber que caminhos seguir.

EJA -POLÍTICAS PÚBLICAS -* -ASTERISCO

O conceito de EJA segundo o Parecer CEB no 11/2000:
“ ... a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de ato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea.”

Esta dívida social do nosso país para com seus jovens e adultos é muito grande ainda, sendo que os dados apontam ainda hoje um grande número de pessoas que nunca freqüentaram a escola.
As políticas públicas voltadas para este público desprovido de estar na escola são muitas, mas nem sempre dão certo. Os projetos são implementados, iniciam e muitas vezes não terminam. Pensamos que não é interessante elevar nível de cultura, pois quem está envolto as aventuras de desenvolver seu pensamento pode ser mais crítico e assim atrapalhar a classe já escolarizada que domina as massas ainda não “alfabetizadas”.
Assim como a história da educação em nosso país sofreu mudanças consideráveis a EJA também, pois em sua história temos muitas mudanças, principalmente quando se iniciou a discussão de que não basta apenas ensinar a ler e a escrever, a preparar para o mercado de trabalho os jovens e adultos, mas sim prepará-los para terem condições de exercer seus direitos de cidadãos como pessoas que podem transformar a realidade em que vivem. Muito ainda temos que discutir e como educadores não podemos nos acomodar com o pouco conseguido, devemos ter claro que educação é direito de todos e assim tentar assegurar para que este assunto seja foco de nossos debates como docentes.
Em meu grupo de aula na Interdisciplina de EJA discutivos muito sobre a questão da dívida social do país para com as pessoas desprovidas de seu direito a Educação em nosso país.
Nossos jovens e adultos necessitam de uma função reparadora, colocada em um Parecer para estar obtendo o acesso que lhes é de direito e possuir condições iguais aos que estudaram para ingressarem no mundo dos alfabetizados e quem sabe no mercado de trabalho. As experiências que jovens e adultos possuem são muitas, pois desde cedo aprendem com a vida, são ditos hoje como “letrados” e muitos com uma imensa capacidade oral crítica que vai além de muitos acadêmicos.
Neste ano letivo novamente estou atuando em uma turma de EJA, e minha formação que já conta com 29 anos de magistério não foi voltada para este público.Esta Interdisciplina será de grande valia em aperfeiçoar a prática.O que posso considerar de efetivo é que mesmo sem formação acadêmica, atuo em uma Escola que prioriza a qualificação dos professores e em nossas formações estudamos maneiras de trazer para nossos alunos aulas voltadas para a realidade deles, temos alunos adultos que não são profissionais que se habilitam a voltar a aestudar para especializar-se em algum campo teórico ou mesmo continuar sua capacitação.Nossos discentes são de fato geralmente oriundos de uma classe social menos favorecida, com baixa ou nenhuma instrução escolar, cija passagem pela escola foi restrita, um sujeito interditado em relação aos seus direitos.Outro público freqüente na minha escola de EJA são jovens, que excluídos do ensino diurno, busca resgatar de uma forma acelerada o que não aprendeu ou o que foi lhe negado o direito de aprender.É necessário modificar nossa prática e pensar em como estes alunos pensam e podem aprender.
Podemos então aproveitar o máximo as experiências acumuladas por estes alunos, pois são mais heterogênios em conhecimentos, necessidades, interesses e objetivos.Com propostas de desafios, novos conhecimentos e situações que envolvam o cotidiano dos alunos EJA, nossa prática pedagágica fica voltada em problemas ou casos reais com efetiva aprendizagem.

domingo, 6 de setembro de 2009

REFLETINDO SOBRE A PRÁTICA! asterisco

Com a leitura do texto “O menininho”, de Helen Buckley na Interdisciplina de Didática e os questionamentos proporcionados pela mesma sobre minha prática pedagógica, refleti sobre algumas perguntas que não deixo de colocar em meus trabalhos em todos os semestres que são:” "Que tipo de cidadão quero formar ou ajudar a formar?” O que ensino está ajudando a criar autonomia e capacidade crítica em meus alunos?”
Em certa Interdisciplina, no semestre anterior, uma tutora perguntou se já tenho a resposta a estas perguntas ou se estava sendo retórica, acredito que respondi, mas de uma forma muito superficial.

Hoje com as aulas de didática e a pergunta: “Que marcas da sua prática pedagógica você gostaria de deixar nos seus alunos?” Minha resposta foi:

”... Quero um aluno que tenha capacidade crítica frente ao mundo e com autonomia, aquele que fará a diferença na realidade que o circunda, pois trabalho em duas escolas, ambas em comunidades muito carentes. (BITELLE, 2009)”

A tutora fez-me o seguinte questionamento: “... Educar para a autonomia e capacidade crítica é uma bela marca. Como estás fazendo isso?” (Postado por CRISTIANE PELISOLLI CABRAL em 05/09/2009 18h32min)

Esta pergunta realmente foi muito feliz, pois agora vejo que não adianta somente colocar em meus textos a intenção, mas também as maneiras e as ações que estou utilizando para chegar a este desejo.

Minha resposta a tutora:

“Tutora Cristiane! Estou atuando em uma turma de EJA e procuro sempre disponibilizar mais de um material sobre qualquer tema trabalhado com os alunos, para que assim possamos debater e ver as diferenças e ter mais capacidade de autonomia. Preocupo-me, pois meus alunos são votantes e como tal tem a responsabilidade de escolher hoje no caos que está à política em nosso país, nossos representantes. Tenho levado muitos textos sobre cidadania e promovido debates, seminários, júris simulados, entrevistas, etc. (são vários assuntos, cidadania é um deles) Beijos Maria Pinto” (Postado por MARIA PINTO BITELLE em 06/09/2009 17h03min).

Vou continuar a pensar e tentar expressar mais minhas ações, minhas práticas e estou muito grata a tutora Cristiane da Interdisciplina de Didática por este questionamento.

PEAD - EIXO VII

" O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos."( Rubem Alves )