domingo, 22 de novembro de 2009

VÍDEO MÚSICA: PRINCESA COR DE BOM BOM

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAR - APLICAÇÃO PRÁTICA

PLANEJAMENTO REALIZADO PARA AULA DE LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO:
MÓDULO 4 - OLHARES SOBRE A EXPERIÊNCIA DOCENTE


A) Nível/Etapa de Ensino: Ensino fundamental de 9 anos/4º ano
B) Temática Focalizada: Cultura e Diversidade
C) Justificativa:

O intuito de debater e refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso país, estado e comunidade está presente em muitos momentos em nossas aulas, muitas vezes ocultado pelo preconceito e medo de trabalhar as questões étnico-raciais com os alunos.
Com este trabalho espero que a consciência de valorização do ser humano ultrapasse as fronteiras da violência, do preconceito e do racismo utilizando-me da forma lúdica da contação de história para atingir a faixa etária de meus alunos.


D) Roteiro das Atividades:

1- JOGO
2- LEITURA
3- PRODUÇÃO TEXTUAL
4- SITEMATIZAÇÃO
E)Descrição das Atividades:

1- JOGO:
1.1) Objetivos:
Valorizar as diferentes formas de estética humana;
Perceber nos contos de princesas como são as características físicas destas.
1.2) Organização da Turma: Alunos divididos em dois grupos,
1.3) Organização dos materiais:Distribuição de 1 ou 2 folhas de ofício por grupo .Um aluno será escolhido pelo grupo como o redator.
1.4) Desenvolvimento:
Os grupos terão um tempo determinado para escrever o maior número de princesas que conhecem das histórias infantis.
Logo após terminar o tempo estipulado os grupos irão apresentar ao grande grupo suas princesas.O grupo que conseguir realizar o maior número irá escolher uma para caracterizar oralmente.
Realizar um debate com os alunos sobre as princesas, suas características físicas e estéticas.
2- LEITURA:
Contação da história “PRINCESA VIOLETA”, Veralinda Menezes, 2006
2.1) Objetivos:
Conhecer o livro da princesa violeta.
Cultivar o interesse pela leitura.
Reconhecer as diferentes estéticas humanas.
Refletir sobre a diversidade ética.

2.2)Organização da turma:
Sentados nas cadeiras, dispostos em círculo.

2.3) Organização dos materiais:
Manuseio do livro e visualização das ilustrações do mesmo.
2.4) Desenvolvimento:
Iniciar com o questionamento: - Será que existem apenas princesas brancas nos contos de fadas?
Agora irei contar para vocês a história da Princesa Violeta.
Falar sobre o livro, mostrar a capa, a autora e o porquê deste livro ter sido escrito.
Iniciar a contação da história.
Realizar um debate com os alunos após a história ser contada sobre as princesas tradicionais dos contos de fadas e a princesa de nossa história.

3- PRODUÇÃO TEXTUAL
3.1) Objetivo:
Exercitar a reescrita da história seguindo uma seqüência lógica de idéias.

3.2)Organização da Turma:
Dividida em grupos de 4 alunos
3.3) Organização dos Materiais:
Folhas pautadas para os grupos.
3.4) Desenvolvimento:
Realizar a reescrita da história em grupos. Correção das histórias com o uso do dicionário e o auxílio da professora. Após os grupos irão apresentar para o grande grupo e irão utilizar seus textos para a sistematização que será a montagem de um painel.

4- Sistematização:
4.1) Objetivo:
Incentivar a expressão artística.
4.2) Organização da turma:
Divididos em grupos de 4 alunos, os mesmos do item 3.
4.3)Organização dos materiais: Folhas de ofício, materiais para pintura, cola, papel pardo.
4.4) Desenvolvimento:
Os grupos irão realizar a ilustração da sua reescrita da história da Princesa Violeta.
Iremos montar um painel coletivo com as histórias e os desenhos produzidos pelos grupos para ser exposto no saguão da Escola.
OBS: Esta aula foi inspirada por uma colega que me emprestou o livro “PRINCESA VIOLETA”, para que pudesse organizar o planejamento das minhas aulas sobre o Dia da Consciência Negra. No início encontrei muitas dificuldades em saber o que fazer com o livro, mas em pesquisas na internet observei que este livro é muito divulgado, encontrei vídeos com as músicas do livro e outras matérias sobre o mesmo. Estou elaborando um projeto para trabalhar com os alunos sobre este tema e esta será minha aula motivadora ou a primeira aula de meu projeto.

ESTA AULA FOI DESENVOLVIDA NA SEMANA DE 16 a 20 de NOVEMBRO COMO PARTE DO PROJETO: DIVERSIDADE E CULTURA
Reflexões sobre a prática:
Os alunos ficaram muito empolgados com o jogo proposto, colocaram o nome de várias princesas que conheciam.Quando apresentei a PRINCESA VIOLETA ficaram encantados, com o livro e a história de sua autora, que é brasileira, este fator chamou muito a atenção dos alunos e também que a princesa era negra. Falaram que hoje em dia tem também bonecas negras, fizeram a relação do preconceito e racismo, assim como a diversidade existente em nossa Escola.
Realizamos a reescrita da história e montamos um painel.
Levei os alunos para sala de vídeo, onde eles escutaram a música, Princesa Cor de Bom Bom, que é da mesma autora do livro.
Depois do trabalho realizado, a turma decidiu fazer no dia 20 de novembro, onde iria ter em nossa escola uma atividade diferenciada, uma apresentação dos trabalhos e reflexões que realizamos durante a semana. Foi incrível a desenvoltura dos alunos na demonstração de seu painel.Eles explicaram todo o planejemento aplicado e demonstraram que a diversidade e cultura é um assunto que devemos ter na escola em vários momentos do ano, pois um conto de fadas não tem data certa para ser contado aos alunos.
Os alunos também apresentaram a música da Princesa Cor de Bom Bom e para minha surpresa uma aluna veio vestida de Pricesa Violeta ( isto não combinamos na tarde anterior).
Com os alunos aprendi que em um planejamento surgem desdobramentos sobre a curiosidade dos alunos, onde estudamos também as oriegens de cada um e culturas de suas famílias, como foi o caso das bonecas, que eles trouxeram para aula e falando com suas mães, pais, constataram que antigamente não existiam bonecas negras.
Pesquisamos no Laboratório de Informática sobre o livro e juntos olhamos a repercussão deste em nosso país. Eles ficaram muito interessados na biografia da autora, pois ainda não tinham estudado biografias antes. Conversamos muitos sobre a questão de autoria e estamos trabalhando em um livro, pequeno, com histórias escritas pela turma.
A importância de desenvolver projetos de aprendizagem com os alunos ficou muito clara em minha visão sobre o ato de planejar.Esta arquitetura pedagógica fará parte de minha práxis e devo muito disso ao PEAD.

EDUCAÇÃO E LETRAMENTO!

A Escola enquanto instituição preocupa-se com a alfabetização como forma de levar ao aluno a decifrar o código escrito para que este passe de um ser analfabeto a alfabetizado.
As práticas de dominação de massas perpassem pelo ambiente escolar e isto é modelo de uma escola que prepara os discentes para uma formação voltada ao mundo do trabalho, para serem máquinas de produção e não donos das empresas.
Paulo Freire, com suas palavras sobre a educação emancipatória propiciou uma discussão sobre as questões de alfabetização para o contexto de estudo de muitos educadores.
O termo letramento é ainda pouco difundido em nosso meio, o de educadores. Pessoalmente escutei esta palavra há pouco tempo, em uma de minhas escolas de atuação.
O mundo letrado dos alunos que ingressam hoje nas instituições escolares é rico e muitas vezes não aproveitado como forma de alfabetização. Temos professores mal preparados e entidades pouco preocupadas com a qualificação destes profissionais ou com uma educação voltada para o desenvolvimento completo do ser humano.
Minha prática como educadora de alunos de EJA em muito entra em conflito com antigas visões teóricas de minha primeira formação. Para ensinar a ler e escrever teria como base nossa língua formal e literatura. Na prática não é bem assim, pois meus alunos trazem ricas experiências de vida e ao mesmo tempo as marcas de não terem tido oportunidade de estar na escola, devido às muitas desigualdades por que passam a maioria de nossos jovens e adultos que ainda não concluíram os estudos.
Como pensar em educação sem levar em consideração o meio circundante destes alunos? Impossível, poderia dizer. A EJA como prática educativa nos leva a ver que educar para a cidadania é possível, pois passamos de professores a mediadores de aprendizagem, onde ensinamos e também aprendemos a ver o mundo pelos olhos dos educandos.

EDUCAÇÃO DE SURDOS!

A identidade surda foi reconhecida há muito pouco tempo, sendo esta uma luta da comunidade surda. A escola para surdos passou por modelos educacionais (oralismo, comunicação total, bilingüismo, pedagogia surda) demonstrando na história da educação dos surdos uma constante luta, onde os surdos lutaram para conquistar seus direitos, como o reconhecimento de sua própria língua, a Língua de Sinais.
A luta pelas conquistas na educação ainda continua, pois são poucas as escolas ainda no Brasil que possuem incluídos professores surdos, o que foi comprovado que para os alunos surdos seria uma melhor, pois assim contribui para uma harmonia ainda melhor entre professor-aluno.
As possibilidades de mudanças propostas pelos surdos são de que:
“as escolas respeitem a língua e a cultura surda e os preparem para o mercado de trabalho e meio social, que os professores trabalhem e desenvolvam em aula fatos culturais próprios dos surdos, tendo por base a Língua de Sinais.”(Texto:Pedagogia Surda)
Acredito que pelo desenrolar da história da comunidade surda, suas lutas e conquistas ainda sejam necessárias uma maior inclusão e aceitação social do surdo como uma comunidade que possui identidade e língua própria para sua comunicação e que os ouvintes devem aprender com os surdos para que realmente ocorra uma comunicação entre a língua de ouvintes e língua de surdos.
Como cita Harlan Lane:
“Se o sistema audista continuar a por de parte os próprios surdos, silenciar a sua narrativa e evitar a sua colaboração teremos de esperar que os adultos surdos sigam a via que tipicamente tem sido seguida por outras minorias lingüísticas frustradas. <>,”
(LANE, Harlan. A Máscara da Benevolência: a comunidade surda amordaçada. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.)
É necessário, entretanto que nesta luta todos se engaje, um bom começo é a disciplina de LIBRAS nos cursos de graduação para professores, como no nosso caso no PEAD. Pela educação e informação talvez possamos mudar estas estatísticas de preconceito em que ainda os surdos hoje sofrem em nossa sociedade.

TEMAS GERADORES!

A proposta pedagógica de Temas Geradores apresentada por Paulo Freire rompeu com muitos paradigmas na esfera da educação. Para Freire o diálogo entre professores e alunos é fundamental, pois é através do diálogo, sendo este verdadeiro, que ocorre a aprendizagem e a libertação do homem.
Em suas palavras:
“Daí que, para esta concepção como prática da liberdade, a sua dialogicidade comece, não quando o educador-educando se encontra com os educando - educadores em uma situação pedagógica, mas antes, quando aquele se pergunta em torno do que vai dialogar com estes. Esta inquietação em torno do conteúdo do diálogo é a inquietação em torno do conteúdo programático da educação.”(FREIRE)

Compreendo que não podemos falar ou escrever sobre temas geradores sem antes termos uma noção que ensinamos e também aprendemos através do diálogo e principalmente da ação dialógica.
Uma ação pedagógica pensando em modificar a visão de mundo dos sujeitos pressupõe-se como uma ação em ensinar a pensar e este pensar será sobre a realidade em que os educandos estão inseridos. O tema não pode ser algo longe ou abstrato dos alunos, pois antes de lermos as palavras é necessário realizar uma leitura do mundo.
A palavra do educador deve estar voltada para a palavra do aluno, para que assim o aluno possa entender o que está sendo dito e mediante esta troca de saberes teremos cidadãos mais críticos e transformadores da sociedade.
Paulo Freire preocupava-se com as pessoas que estavam à margem da sociedade por não serem alfabetizadas e via na educação uma maneira de libertar estas pessoas.
Segundo Freire:
“Um trabalho verdadeiramente libertador é incompatível com esta prática. Através dele, o que se há de fazer é propor aos oprimidos os slogans dos opressores, como problema, proporcionando-se, assim, a sua expulsão de "dentro" dos oprimidos.”

Os temas geradores são relevantes dentro de nossa prática educadora principalmente em um mundo onde as desigualdades sociais estão presentes e faz-se necessário um viés, e que este seja através da educação libertadora, não apenas a libertação simples dos humanos, mas sim uma verdadeira libertação, pela educação, pela escola.

domingo, 15 de novembro de 2009

APRENDER ENSINANDO!

Relatos do fórum da Interdisciplina de Linguagem que realizei depois de realmente aprender enquanto estava ensinando:

"Colegas, confesso que até a pouco tempo não havia entendido o texto sobre a consciência fonológica muito bem. Eu aprendi na prática.Na escola que trabalho pela manhã atuo no Laboratório de Aprendizgem (local destinado para trabalhar com os alunos que possuem dificuldades de aprendizagem) e esta semana atendendo dois alunos do 2º ano do ensino fundamental de nove anos realizando um jogo de tabuleiro onde tinha letras e assim quando o aluno X tirava o dado que caia em alguma letra tinha que falar uma palavra com esta letra, então pedia também que escrevessem a palavra.Porém os alunos confundiam muito as letras e as letras que estavam faltando para escrever as palavras.Iniciei então uma intervenção falando o som das letras.Por exemplo, na hora do F , para escrever “faca” e não virar “vaca” tinha que fazer muitas vezes o som da letra e assim no caso de todas as outras.Percebi que para estes alunos era necessário trabalhar com a sonorização das letras e isto foi muito bom, pois aprendi muito e ensinando também."(MARIA PINTO BITELLE, NOVEMBRO DE 2009)


Muitas vezes na prática conseguimos estabelecer cognitivamente algo que lemos, foi o caso do texto sobre "
Consciência fonológica"que logo que li e tive contato com este não havia absorvido muito bem como aquelas palavras poderiam auxiliar em melhorar a elaboração de meu plano de aula.