domingo, 14 de junho de 2009

ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO!


Piaget determinou quatro estágios no desenvolvimento da capacidade de raciocínio do indivíduo, que se sucediam até o início da sua adolescência e correspondiam a sucessivas fazes de seu crescimento físico. Essa descoberta tornou-se muito conhecida e fundamento para a pedagogia, a partir de então.
Ao primeiro estágio chamou Sensório-motor. Ele corresponde aos dois primeiros anos da vida e caracteriza-se por uma forma de inteligência empírica, exploratória, não verbal. A criança aprende pela experiência, examinando e experimentando com os objetos ao seu alcance, somando conhecimentos.
No segundo estágio, que ele chamou Pré-operacional, e que vai dos dois anos aos sete anos, os objetos da percepção ganham a representação por palavras, as quais o indivíduo, ainda criança, maneja experimentalmente em sua mente assim como havia previamente experimentado com objetos concretos.
No terceiro estágio, dos sete aos doze anos, as primeiras operações lógicas ocorrem e o indivíduo é capaz de classificar objetos conforme suas semelhanças ou diferenças.
No quarto estágio, dos doze anos até a idade adulta, o indivíduo realiza normalmente as operações lógicas próprias do raciocínio.
Os estágios têm caráter integrativo. As estruturas construídas a um nível dado são integradas nas estruturas do nível seguinte. Por exemplo, um "esquema de reunião" para condutas como a de um bebê que empilha toquinhos, permanece na criança mais velha que ajunta objetos procurando classificá-los e mesmo em operações lógicas tais como a reunião de duas classes (os pais mais as mães = todos os pais, etc.). Assim, o desenvolvimento por estágios sucessivos realiza em cada estágio um patamar de equilíbrio. Desde que o equilíbrio seja atingido num ponto, a estrutura é integrada em um novo equilíbrio em formação, sempre mais estável e de campo sempre mais extenso. A ordem de sucessão das aquisições é constante, no sentido de que uma característica não aparecerá antes de outra num conjunto de indivíduos, e depois em seqüência diferente, em outro conjunto.


UM POUCO DE JEAN PIAGET -


Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suiça no dia 9 de agosto de 1896 e faleceu em Genebra em 17 de setembro de 1980. Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento, sendo que nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico-matemático.
Sua Vida
Piaget foi um menino prodígio. Interessou-se por história natural ainda em sua infância. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre a observação de um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o inicio de sua brilhante carreira cientifica. Aos sábados, Piaget trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural. Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou biologia e filosofia. E recebeu seu doutorado em biologia em 1918, aos 22 anos de idade. Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clinica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele passou a combinar a psicologia experimental – que é um estudo formal e sistemático – com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes.
Em 1919, Piaget mudou-se para a França onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência padronizados para crianças. Piaget notou que criançasfrancesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento se desenvolve gradualmente. O ano de 1919 foi o marco em sua vida. Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de biologia levou-o a enxergar odesenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa. Em 1921, Piaget voltou a Suíça e tornou-se diretor de estudos do Instituto J. J. Rousseau da Universidade de Genebra.
Lá ele iniciou o maior trabalho de sua vida, ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras, ações e processos de raciocínio delas. Em 1923, Piaget casou-se com Valentine Châtenay com quem teve 3 filhos: Jacqueline(1925), Lucienne(1927) e Laurent (1931). As teorias de Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget lecionou em diversas universidades européias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado a lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963. Até a data de seu falecimento, Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos.
Pensamento predominante à época
Até o início do século XX assumia-se que as crianças pensavam e raciocinavam da mesma maneira que os adultos. A crença da maior parte das sociedades era a de que qualquer diferença entre os processos cognitivos entre crianças e adultos era sobretudo de grau: os adultos eram superiores mentalmente, do mesmo modo que eram fisicamente maiores, mas os processos cognitivos básicos eram os mesmos ao longo da vida.
Piaget, a partir da observação cuidadosa de seus próprios filhos e de muitas outras crianças, concluiu que em muitas questões cruciais as crianças não pensam como os adultos. Por ainda lhes faltarem certas habilidades, a maneira de pensar é diferente, não somente em grau, como em classe.
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
Pressupostos básicos de sua teoria:o interacionismo, a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.
A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente faz com que construa estrutura mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida. A adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e acomodação. Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento. Considera, ainda, que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido). A educação na visão Piagetiana: com base nesses pressupostos, a educação deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até o operatório abstrato. A escola deve partir ( ver: Piaget na Escola de Educação Infantil) dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento. Para construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às informações advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse mundo provoca. É aquele que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo. Não é um sujeito que espera que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele por um ato de bondade. Vamos esclarecer um pouco mais para você: quando se fala em sujeito ativo, não estamos falando de alguém que faz muitas coisas, nem ao menos de alguém que tem uma atividade observável. O sujeito ativo de que falamos é aquele que compara, exclui, ordena, categoriza, classifica, reformula, comprova, formula hipóteses, etc... em uma ação interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva (segundo seu grau de desenvolvimento). Alguém que esteja realizando algo materialmente, porém seguindo um modelo dado por outro, para ser copiado, não é habitualmente um sujeito intelectualmente ativo.
Principais objetivos da educação: formação de homens "criativos, inventivos e descobridores", de pessoas críticas e ativas, e na busca constante da construção da autonomia.
Devemos lembrar que Piaget não propõe um método de ensino, mas, ao contrário, elabora uma teoria do conhecimento e desenvolve muitas investigações cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos. Desse modo, suas pesquisas recebem diversas interpretações que se concretizam em propostas didáticas também diversas.
Implicações do pensamento piagetiano para a aprendizagem
Os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno, partir das atividades do aluno.
Os conteúdos não são concebidos como fins em si mesmos, mas como instrumentos que servem ao desenvolvimento evolutivo natural.
primazia de um método que leve ao descobrimento por parte do aluno ao invés de receber passivamente através do professor.
A aprendizagem é um processo construído internamente.
A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito.
A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva.
Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem.
A interação social favorece a aprendizagem.
As experiências de aprendizagem necessitam estruturar-se de modo a privilegiarem a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento.
Piaget não aponta respostas sobre o que e como ensinar, mas permite compreender como a criança e o adolescente aprendem, fornecendo um referencial para a identificação das possibilidades e limitações de crianças e adolescentes. Desta maneira, oferece ao professor uma atitude de respeito às condições intelectuais do aluno e um modo de interpretar suas condutas verbais e não verbais para poder trabalhar melhor com elas.
Autonomia para Piaget
Jean Piaget, na sua obra discute com muito cuidado a questão da autonomia e do seu desenvolvimento. Para Piaget a autonomia não está relacionada com isolamento (capacidade de aprender sozinho e respeito ao ritmo próprio - escola comportamentalista), na verdade entende Piaget que o florescer do pensamento autônomo e lógico operatório é paralelo ao surgimento da capacidade de estabelecer relações cooperativas. Quando os agrupamentos operatórios surgem com as articulações das intuições, a criança torna-se cada vez mais apta a agir cooperativamente. No entender de Piaget ser autônomo significa estar apto a cooperativamente construir o sistema de regras morais e operatórias necessárias à manutenção de relações permeadas pelo respeito mútuo. Jean Piaget caracterizava "Autonomia como a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito recíproco". (Kesselring T. Jean Piaget. Petrópolis: Vozes, 1993:173-189). Para Piaget (1977), a constituição do princípio de autonomia se desenvolve juntamente com o processo de desenvolvimento da autoconsciência. No início, a inteligência está calcada em atividades motoras, centradas no próprio indivíduo, numa relação egocêntrica de si para si mesmo. É a consciência centrada no eu. Nessa fase a criança joga consigo mesma e não precisa compartilhar com o outro. É o estado de anomia. A consciência dorme, diz Piaget, ou é o indivíduo da não consciência. No desenvolvimento e na complexificação das ações, o indivíduo reconhece a existência do outro e passa a reconhecer a necessidade de regras, de hierarquia, de autoridade. O controle está centrado no outro. O indivíduo desloca o eixo de suas relações de si para o outro, numa relação unilateral, no sentido então da heteronomia. A verdade e a decisão estão centradas no outro, no adulto. Neste caso a regra é exterior ao indivíduo e, por conseqüência, sagrada A consciência é tomada emprestada do outro. Toda consciência da obrigação ou do caráter necessário de uma regra supõe um sentimento de respeito à autoridade do outro. Na autonomia, as leis e as regras são opções que o sujeito faz na sua convivência social pela auto-determinação. Para Piaget, não é possível uma autonomia intelectual sem uma autonomia moral, pois ambas se sustentam no respeito mútuo, o qual, por sua vez, se sustenta no respeito a si próprio e reconhecimento do outro como ele mesmo. A falta de consciência do eu e a consciência centrada na autoridade do outro impossibilitam a cooperação, em relação ao comum pois este não existe. A consciência centrada no outro anula a ação do indivíduo como sujeito. O indivíduo submete-se às regras, e pratica-as em função do outro. Segundo Piaget este estágio pode representar a passagem para o nível da cooperação, quando, na relação, o indivíduo se depara com condições de possibilidades de identificar o outro como ele mesmo e não como si próprio. (PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. Porto: Rés Editora, 1978). "Na medida em que os indivíduos decidem com igualdade - objetivamente ou subjetivamente, pouco importa - , as pressões que exercem uns sobre os outros se tornam colaterais. E as intervenções da razão, que Bovet tão justamente observou, para explicar a autonomia adquirida pela moral, dependem, precisamente, dessa cooperação progressiva. De fato, nossos estudos têm mostrado que as normas racionais e, em particular, essa norma tão importante que é a reciprocidade, não podem se desenvolver senão na e pela cooperação. A razão tem necessidade da cooperação na medida em que ser racional consiste em 'se' situar para submeter o individual ao universal. O respeito mútuo aparece, portanto, como condição necessária da autonomia, sobre o seu duplo aspecto intelectual e moral. Do ponto de vista intelectual, liberta a criança das opiniões impostas, em proveito da coerência interna e do controle recíproco. Do ponto de vista moral, substitui as normas da autoridade pela norma imanente à própria ação e à própria consciência, que é a reciprocidade na simpatia." (Piaget, 1977:94). (PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. Editora Mestre Jou. São Paulo, 1977). Como afirma Kamii, seguidora de Piaget, "A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de tomar decisões por elas mesmas. Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação. Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista. Se também consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente"(Kamii C. A criança e o número. Campinas: Papirus). Kamii também coloca a autonomia em uma perspectiva de vida em grupo. Para ela, a autonomia significa o indivíduo ser governado por si próprio. É o contrário de heteronomia, que significa ser governado pelos outros. A autonomia significa levar em consideração os fatores relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. Não pode haver moralidade quando se considera apenas o próprio ponto de vista.

FONTE: http://www.centrorefeducacional.com.br/piaget.html 14/06/2009 ÀS 19:49

VÍDEO - PIAGET



ACHEI MUITO INTERESSANTE ESTE VÍDEO, POIS NOS CONTA UM POUCO DA HISTÓRIA DE JEAN PIAGET.

NESTE SEMESTRE ESTÁ SENDO MUITO IMPORTANTE REALIZAR LEITURAS E TAMBÉM COMPARAR COM NOSSA PRÁTICA EDUCATIVA A VISÃO DESTE AUTOR DE COMO SE CONSTRÓI O CONHECIMENTO. A PARTIR DA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA PODEMOS ENTENDER UM POUCO MAIS O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO EM QUE ESTÃO NOSSOS ALUNOS E ASSIM PODER MEDIAR MELHOE EM SUAS APRENDIZAGENS.

Theodor Adorno -



Filósofo alemão
Theodor Adorno
1903, Frankfurt, Alemanha1969, Visp, Suíça
"Nenhuma correção é demasiado pequena ou insignificante para que não se deva realizá-la", afirma Adorno sobre o ato de escrever em "Atrás do espelho" (fragmento de número 51).


De origem judaica, Theodor Wiesengrund Adorno foi um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, que contribuiu para o renascimento intelectual da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. Estudou filosofia, sociologia, psicologia e música na Universidade de Frankfurt e, aos 22 anos, foi para Viena, Áustria, onde aprendeu a arte da composição com Alban Berg.De volta à Alemanha, trabalhou no Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, então dirigido por Max Horkheimer, onde passou a elaborar a teoria de como o desenvolvimento estético é importante para a evolução histórica. Em 1934 foi obrigado a imigrar para a Inglaterra para fugir da perseguição nazista aos judeus e durante três anos ensinou filosofia em Oxford.Mudou-se para os Estados Unidos e, entre 1938 e 1941, ocupou o cargo de diretor musical do setor de pesquisa da Rádio Princeton e, depois, o de vice-diretor do Projeto de Pesquisas sobre Discriminação Social da Universidade da Califórnia, em Berkeley.Em 1953 retornou ao seu país natal, onde reassumiu seu posto no Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt. Escreveu, entre outros, Filosofia da Música Moderna (1949) e Filosofia Estética (publicado postumamente, em 1970). Seus textos têm o poder do esclarecimento, de tornar compreensível a realidade, e permanecem atemporais. Theodor W. Adorno alcançou em seus escritos a rara qualidade de conceder à razão uma força crítica, procurando mostrar diferentes aspectos do real para conduzir o leitor a um novo patamar de análise e, portanto, de consciência.De acordo com o filósofo, não há nada melhor no exercício da escrita do que manter, a cada idéia, a cada vocábulo, uma "insistência desconfiada". A atenção de quem escreve deveria voltar-se aos objetivos que pretende alcançar e, simultaneamente, à sua própria maneira de ver o real, tendo a humildade de reconhecer que "não é fácil distinguir sem maiores considerações entre a vontade de escrever de maneira densa e adequada à profundidade do objeto, a tentação de ser incomum e o desmazelo pretensioso". Para Adorno, a "força" e a "plenitude" da técnica de escrever "beneficiam-se precisamente dos pensamentos reprimidos".Todo esse esforço não tem por finalidade apenas construir algo agradável, mas um conjunto de idéias relevantes e profundas: "(...) Quem não quer fazer concessão alguma à estupidez do senso comum, tem que se precaver para não enfeitar estilisticamente pensamentos em si mesmo banais."Recomenda que o escritor deve ser tímido e deve aventurar-se, buscar a originalidade de seus pensamentos e da forma de expressá-los. Em um mundo degradado pelo poder econômico, no qual as ideologias exercem uma força sobre os homens e "a mentira soa como verdade e a verdade como mentira" (fragmento 71), o escritor não deve temer a constatação de que ele é um sobrevivente encurralado por forças que mercantilizam a cultura e todas as relações sociais.Pelo fato de a inocência ter sido banida de todas as relações é que o bom texto deve preservar as qualidades de um mundo marcado pela lucidez e pela beleza. O gesto de escrever, de olharmos nossa própria imagem refletida nas palavras, não deve admitir qualquer concessão à facilidade, mesmo correndo o risco de nos tornarmos incompreendidos. Para Adorno "o talento talvez nada mais seja do que a fúria sublimada de um modo feliz" (fragmento 72).
FONTE:http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u266.jhtm 14/06/2009 ÀS 19:12
RESOLVI COLOCAR A BIOGRAFIA DESTE AUTOR, POIS SUAS PALAVRAS FORAM MARCANTES EM MINHAS REFLEXÕES ATÉ O PRESENTE MOMENTO...

FILOSOFANDO SOBRE A EDUCAÇÃO...

No decorrer deste semestre as atividades da Interdisciplinja de Filosofia da Educação estão fazendo com que reflita profundamente sobre a prática que realizo em sala de aula. Fico me perguntando qual o cidadão que quero ajudar a formar? Com a temática conflito moral que discutimos a partir do filme “O Clube do Imperador” e o texto sobre “O Ensaio de Adorno”, fiquei pensando nas dificuldades encontradas pelos meus alunos em uma sociedade tão injusta e desigual, onde muitos tem que viver no mundo do tráfico e das drogas. Se for pela educação que iremos tentar diminuir o que está por aí, nosso papel de educador é muito maior e está mais do que na hora de pensarmos no por que hoje existe tanta violência nas escolas.

Atividade sobre o ensaio de Adorno!

A atividade consiste na leitura do ensaio do filósofo alemão Theodor Adorno (1903 - 1969) intitulado Educação após Auschwitz, que começa com a seguinte frase, expressão de um princípio moral: "Para a educação, a exigência que Auschwitz não se repita é primordial". É um texto que alinha moralidade, política e educação a partir deste evento terrível do século XX: o Holocausto.
Com base na leitura do texto de Adorno e diante da sua experiência docente no cotidiano escolar, desenvolva argumentos sobre a relação entre educação, civilização e barbárie.
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AUSCHWITZ, NUNCA MAIS!
"Para a educação, a exigência que Auschwitz não se repita é primordial". É um texto que alinha moralidade, política e educação a partir deste evento terrível do século XX: o Holocausto.”
Palavras chaves: educação, civilização e barbárie.
Após a leitura do texto EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ fiquei refletindo sobre o que seria “barbárie”, eis que deveria criar argumentos sobre este tema educação e civilização. Cito então que pesquisei e li que seria: “O termo "barbárie" tem, segundo o dicionário, dois significados distintos, mas ligados: "falta de civilização" e "crueldade de bárbaro”. (Michael Löwy). Como então ligar o termo com civilização e educação?
Minha escola de atuação encontra-se em uma comunidade extremamente carente e desprovida dos mínimos direitos de vida como alimentos, saneamento, saúde, empregos. Creio que com as palavras de Adorno no que se refere às crianças esteja correto:

“Crê-se que quanto mais bem forem tratadas as crianças, quanto menos forem negadas na infância, mais chances elas terão. Mas aqui também ameaçam ilusões. Crianças que nem desconfiam da crueldade e da dureza da vida são articularmente expostas à barbárie uma vez que deixam a sua proteção.”

Seria na escola o lugar de mostrar a estas crianças como ter uma visão crítica de sociedade para que quando encontrarem-se expostas a barbárie possam ter condições de dizer não a realizar novamente o ocorrido no Holocausto, pois ser civilizado significa em meu entendimento entender que não devemos cometer atos de atrocidade humana.
Hoje, na atualidade, não necessariamente saindo de nosso país, a Brasil, temos atos bárbaros que não seriam necessário estar ocorrendo, basta ligar a televisão e lá está, os mais variados tipos de violência.São questões sociais que estão ligadas diretamente na vida dos alunos de minha escola, sendo que em seu dia a dia vivenciam situações de horror.
A escola deve cumprir seu papel e mais do que transmitir conhecimentos deve educar para a vida, com capacidade de reflexão crítica e visão geral de mundo, incluo ai, o mundo em que vivem meus alunos. Exercer a cidadania para eles seria tentar modificar a vida que tem através da crítica pelas políticas públicas e participação efetiva na escolha de seus representantes. Cabe a nós educadores fazer com que as crianças de hoje permaneçam na escola de amanhã, para que através do estudo possam saber dizer não a uma nova “Auschwitz”, mas desta vez uma brasileira.