terça-feira, 15 de setembro de 2009

EJA -POLÍTICAS PÚBLICAS -* -ASTERISCO

O conceito de EJA segundo o Parecer CEB no 11/2000:
“ ... a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de ato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea.”

Esta dívida social do nosso país para com seus jovens e adultos é muito grande ainda, sendo que os dados apontam ainda hoje um grande número de pessoas que nunca freqüentaram a escola.
As políticas públicas voltadas para este público desprovido de estar na escola são muitas, mas nem sempre dão certo. Os projetos são implementados, iniciam e muitas vezes não terminam. Pensamos que não é interessante elevar nível de cultura, pois quem está envolto as aventuras de desenvolver seu pensamento pode ser mais crítico e assim atrapalhar a classe já escolarizada que domina as massas ainda não “alfabetizadas”.
Assim como a história da educação em nosso país sofreu mudanças consideráveis a EJA também, pois em sua história temos muitas mudanças, principalmente quando se iniciou a discussão de que não basta apenas ensinar a ler e a escrever, a preparar para o mercado de trabalho os jovens e adultos, mas sim prepará-los para terem condições de exercer seus direitos de cidadãos como pessoas que podem transformar a realidade em que vivem. Muito ainda temos que discutir e como educadores não podemos nos acomodar com o pouco conseguido, devemos ter claro que educação é direito de todos e assim tentar assegurar para que este assunto seja foco de nossos debates como docentes.
Em meu grupo de aula na Interdisciplina de EJA discutivos muito sobre a questão da dívida social do país para com as pessoas desprovidas de seu direito a Educação em nosso país.
Nossos jovens e adultos necessitam de uma função reparadora, colocada em um Parecer para estar obtendo o acesso que lhes é de direito e possuir condições iguais aos que estudaram para ingressarem no mundo dos alfabetizados e quem sabe no mercado de trabalho. As experiências que jovens e adultos possuem são muitas, pois desde cedo aprendem com a vida, são ditos hoje como “letrados” e muitos com uma imensa capacidade oral crítica que vai além de muitos acadêmicos.
Neste ano letivo novamente estou atuando em uma turma de EJA, e minha formação que já conta com 29 anos de magistério não foi voltada para este público.Esta Interdisciplina será de grande valia em aperfeiçoar a prática.O que posso considerar de efetivo é que mesmo sem formação acadêmica, atuo em uma Escola que prioriza a qualificação dos professores e em nossas formações estudamos maneiras de trazer para nossos alunos aulas voltadas para a realidade deles, temos alunos adultos que não são profissionais que se habilitam a voltar a aestudar para especializar-se em algum campo teórico ou mesmo continuar sua capacitação.Nossos discentes são de fato geralmente oriundos de uma classe social menos favorecida, com baixa ou nenhuma instrução escolar, cija passagem pela escola foi restrita, um sujeito interditado em relação aos seus direitos.Outro público freqüente na minha escola de EJA são jovens, que excluídos do ensino diurno, busca resgatar de uma forma acelerada o que não aprendeu ou o que foi lhe negado o direito de aprender.É necessário modificar nossa prática e pensar em como estes alunos pensam e podem aprender.
Podemos então aproveitar o máximo as experiências acumuladas por estes alunos, pois são mais heterogênios em conhecimentos, necessidades, interesses e objetivos.Com propostas de desafios, novos conhecimentos e situações que envolvam o cotidiano dos alunos EJA, nossa prática pedagágica fica voltada em problemas ou casos reais com efetiva aprendizagem.

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